DECLARAÇÃO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL DO PODER POPULAR DA REPÚBLICA DE CUBA.

Cinco compatriotas cubanos são prisioneiros políticos do Império. Sofrem já mais de 34 meses de injusto encerro numa prisão do Sul da Flórida. Para René González Sehwerert, Ramón Labañino Salazar, Fernando González Llort, Antonio Guerrero Rodríguez e Gerardo Hernández Nordelo foram quase três anos de humilhações e vexações constantes, de grosseira e sistemática violação aos seus direitos individuais, de arbitrários e longos períodos de incomunicação total.

São inocentes. Não cometeram delito nenhum.

São castigados porque os inimigos de Cuba vêm neles, resumidos magnificamente, a dignidade, o valor e as virtudes da pátria que tentam destruir inutilmente. São vítimas de uma infame e colossal injustiça que significa o início, pela atual Administração do Senhor Bush, de uma nova etapa, ainda mais cruel e desvergonhada, da longa e suja guerra que os Estados Unidos leva a cabo contra o povo cubano e sua Revolução.

Com imputações completamente fraudulentas, e pressões e manobras sobre os membro do júri, foram condenados por supostas atividades de espionagem que nunca foram provadas e apesar de que no próprio julgamento os acusadores reconheceram que não tinham segredo nenhum nem tinham levada à prática o delito imaginário.

É impossível em Miami conseguir obter um veredicto justo em qualquer caso que tenha a ver com Cuba. Lá pelas ruas passeiam os terroristas confessos, gabam-se de suas malfeitorias, as anunciam e preparam publicamente, sem que as autoridades tenham feito jamais absolutamente nada para impedir suas ações ou sancioná-las. A mentira, a histeria e o ódio anti-cubano envenenam aquele médio submetido a uma camarilha corrupta e fascista. Basta lembrar o seqüestro de Elián González, um menino de seis anos, separado brutalmente de seu pai e de sua família, maltratado e explorado de forma desvergonhada perante as câmaras da televisão, retido num lugar cheio de ferrabrases armados e demagogos vociferantes que desafiaram as lei, insultaram e ameaçaram o Governo Federal, pisotearam a bandeira, prejudicaram bens alheios e até ameaçaram com dar fogo à cidade. Para o resgate do menino foi preciso realizar um delicado operativo, que segundo as próprias autoridades foi especialmente de muito risco, porque enfrentaram a terceira obstrução organizada por indivíduos armados fortemente. Onde estavam o FBI e os procuradores da Flórida? O que fizeram perante essa envergonhada impudicícia da que o mundo inteiro foi testemunha e foi repudiada pela humanidade e pelo conjunto da sociedade americana? Os direitos mais elementares de um menino, incluindo a integridade física e psicológica, foram vexados flagrantemente, a lei, a decência e a honra americanas foram pisoteadas, mas ninguém, nunca, foi prendido, nem submetido a julgamento, nem sequer acusado.

Esses indivíduos, alistados, treinados pela CIA contra Cuba, pagos durante décadas com fundos do orçamento federal, mantiveram um contubérnio permanente e estreito com os extremistas de ultra-direita e e intervieram na vida interna da sociedade americana, atuando sempre contra os interesses do povo dos Estados Unidos. Eles estão associados aos piores episódios que lá aconteceram: o assassínio do Presidente Kennedy, o escândalo de Watergate, o assassinato de Orlando Letelier e Ronni Moffitt, o fornecimento clandestino de armas aos contra-revolucionários nicaragüenses e o narcotráfico ligado a ele, o contrabando de pessoas e de drogas ilícitas, o seqüestro de Elián González e o fraude e o despojo dos direitos de dezenas de milhares de eleitores afro-americanos nas eleições de Novembro de 2000 na Flórida.

Cuba sempre tem dito a verdade aberta e francamente: jamais temos atentado contra a segurança nacional dos Estados Unidos. Mas sim proclamamos nosso irrenunciável direito e nossa sagrada obrigação de nos defender das ações terroristas e criminosas que impunemente organizam, armam, pregoam e lançam contra Cuba, desde o território americano os bandidos da máfia anexionista. Desmascarar essas ações é uma nobre, digna e heróica missão que contribui a salvar vidas cubanas norte-americanas e corresponde com os interesses vitais de ambos os povos.

A Revolução cubana durante todo seu desenvolvimento foi objeto de uma política de agressão sistemática, uma verdadeira guerra da que não estiveram ausentes o terrorismo, as sabotagens e os assassinatos. Esta guerra já dura mais de 42 anos. O agressor tem sido e é o governo dos Estados Unidos. Ninguém tem direito a ignorá-lo porque essa afirmação pode ser verificada facilmente em documentos oficiais norte-americanos, quase todos mantidos em segredo até que finalmente viram a luz em anos recentes. Ainda escondem boa parte de seu conteúdo, contudo revelam claramente, sem dúvida nenhuma, a total responsabilidade desse Governo numa agressão que não tem acabado. A seguir mencionamos alguns dados reconhecidos e descritos explicitamente nesses documentos por seus responsáveis e que portanto são verdades incontestáveis:

Os anteriores são apenas alguns exemplos. Encorajados pelo prolongado apoio de umas autoridades que inicialmente os envolveram, treinaram e dirigiram para matar, que os têm apoiado e protegido ou foram cúmplices ou toleraram suas malfeitorias, os terroristas deixaram constância do que fazem em reportagens, depoimentos e entrevistas públicas que tiveram e têm larga difusão na imprensa escrita, radial e televisiva de Miami. Nenhum deles foi molestado nunca por aqueles que supostamente estariam obrigados a parar os seus crimes.

Em Novembro de 1996, por exemplo, o Canal 23 da televisão de Miami entrevistou, ao vivo, a Orlando Bosch e a Luis Posada Carriles -veterano da CIA, co-autor da sabotagem ao avião cubano em 1976, oficial secreto da Casa Branca para o fornecimento ilegal de armas aos contra-revolucionários nicaragüenses- quem, conscientemente de que nada lhes aconteceria, jactaram-se de sua trajetória de crimes e sublinharam que continuariam sua campanha terrorista contra Cuba.

No dia 12 e 13 de Julho de 1998 o jornal The New York Times, na manchete, publicou a entrevista que lhe fizera a Posada Carriles, o mais notório terrorista deste Hemisfério, onde ele assumiu a responsabilidade de várias explosões de bombas que explodiram em Havana em 1997, uma das quais ocasionou a morte a um jovem turista italiano, explicou o volumoso financiamento que para suas ações recebe da chamada Fundação Nacional Cubano-americana, anunciou a realização de novos ataques terroristas contra Cuba e gabou-se de suas repetidas visitas ao território norte-americano e seus estreitos vínculos com seus antigos colegas da CIA. Dias depois, noutra entrevista a um canal de Televisão da Flórida reiterou suas descarados depoimentos. Ainda hoje, na cidade de Miami, são organizados atos públicos para apoiar a este vulgar assassino e desde ali são pagas suas atividades.

É incontestável o direito de Cuba a se defender perante os que tentam destruí-la e aniquilar seu povo. Nossa defesa tem sido especialmente complexa e difícil porque os grupos terroristas possuem nexos íntimos com agentes e funcionários do Governo americano com quem têm conspirado durante muitos anos e porque as autoridades dos Estados Unidos, no melhor dos casos, mantiveram uma indolente tolerância perante eles. Contudo, Cuba fez tudo o possível para advertir a Washington, par vias discretas e também publicamente, dos perigos dessas ações e entregou informações obtidas pelo heróico sacrifício de homens como os que hoje estão presos injustamente. Desse modo lhes alertamos sobre a presença de indivíduos armados nos ao redores e na casa onde retinham a Elián e os planos que tinham para opor-se a sua libertação. Depois de que se conseguiu a libertação, quem a dirigiram e executaram reconheceram a veracidade e exatidão das mesmas informações que lhes fornecemos.

Numerosos contatos tiveram lugar em Nova Iorque, em Washington e em Havana, nos quais facilitamos a representantes do FBI e outras agências do Governo dos Estados Unidos, informações que teriam servido para que elas agissem contra os terroristas se tivessem tido vontade para o fazer. Depois de vários intercâmbios, incluindo mensagens aos mais altos níveis, os dias 16 e 17 de Junho de 1998 veio a Havana uma delegação oficial, que incluía a dois importantes chefes do FBI, a quem se lhes deu ampla informação e se lhes entregou materiais operativos incluindo filmes e gravações provatórios das ações de 40 criminosos. Prometeram dar resposta em duas semanas mas nunca aconteceu. Também não teve lugar ação alguma do FBI contra os delinqüentes sobre cujas atividades receberam provas abundantes e incontestáveis. Pelo contrário, três meses depois, o FBI prendeu nossos heróicos companheiros, lançou contra eles suas calúnias pérfidas e fomentou um processo pseudo-legal dirigido a elogiar os grupos terroristas a alguns de cujos cabecilhas, inclusive, apresentou como seus testemunhas, para cúmulo de cinismo.

A mais desprezível, insolente e absurda acusação contra nossos dignos e heróicos companheiros foi a de "Conspiração para assassinar", lançada suspeitamente depois que tinham transcorrido mais de oito meses de que, submetidos a total incomunicação, encaravam as ridículas e disparatadas imputações iniciais, carentes, como esta, de todo fundamento. Para sustentar esta infâmia, as corruptas autoridades de Miami não apresentaram, como é lógico, evidência alguma, manipularam desavergonhadamente o incidente acontecido a 24 de Fevereiro de 1996, ocultaram a informação que eles possuem, ignoraram completamente os antecedentes, falsificaram grosseiramente as provas e distorceram a realidade grotescamente.

Contudo, a verdade irá prevalecer. A verdade jamais será derrotada por suas manobras torpes e falazes.

Se existíse um átomo de justiça na sociedade norte-americana, seriam outros os que teriam ocupado o banco dos réus para receber a sanção mais severa e inapelável.

As autoridades norte-americanas conhecem perfeitamente tudo o relativo com esse incidente. Conhecem todos os pormenores e são os culpados inteira e absolutamente do acontecido naquele dia.

A partir do triunfo da Revolução, desde o território norte-americano e tripuladas por seus agentes, a CIA empregou avionetes para realizar sabotagens, lançar armas e explosivos, jogar substâncias químicas e bacteriológicas e levar a cabo trabalhos de espionagem e provocação sobre campos e cidades de Cuba. Nos documentos oficiais supracitados, há uma enorme informação sobre a questão. Aí estão os antecedentes do grupos terrorista que executou a provocação de 24 de Fevereiro de 1996.

Sobre este grupo existe também informação profusa, toda ela recolhida nesses e noutros documentos oficiais e em mídias dos Estados Unidos, que pode ser resumida da seguinte maneira:

No relativo, especificamente, ao incidente de 24 de Fevereiro de 1996, na informação fornecida oficialmente pelos Estados Unidos à Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) e nas provas apresentadas mais tarde, sob juramento, no processo administrativo, referido no parágrafo anterior consta do seguinte:

Eram as autoridades de Washington as únicas que sabiam que a provocação seria feita, sabiam quando, como e quem iria realizá-la. Nada fizeram, apesar de que podiam e estavam obrigados a fazê-lo para impedí-la ou evitá-la. Também não informaram Cuba das coisas que eles conheciam que aconteceriam.Em que consistia a conspiração? Quem eram os conspiradores?São essas autoridades e os chefetes terroristas aos que llhes permitem fazer tudo o que desejam, são os únicas responsáveis do acontecido. São eles e ninguém mais os que devem responder pelas suas conseqüências.A atitude adotada por esse Governo foi absolutamente inconcebível. Valeu-se do incidente para justificar a assinatura da Lei Helms Burton, despojou Cuba dos fundos ilegalmente retidos em bancos americanos e que foram entregues à máfia anexionista e agora, levando aos extremos a covardia e a vileza, quer castigar cinco compatriotas que são totalmente inocentes e não têm nenhuma responsabilidade com relação a estes fatos.Ninguém mais que essas autoridades e os terroristas que elas engendraram e utilizaram contra Cuba durante quatro décadas, são os que conspiraram para assassinar, tentaram assassinar e assassinaram, provocando inumeráveis mortes e prejuízos materiais ao nosso país.A colossal arbitrariedade contra nossos compatriotas não tem nada a ver com a justiça e o direito. É a expressão mais impudica da uma nova fase de agressão contra Cuba desenvolvida pela ultradireita no poder e a máfiaanexionista ao seu dispor e cujas graves conseqüências já começam a cair sobre muitos norte-americanos e cubano-americanos.A prova mais evidente de que o caso dos nossos cinco compatriotas faz parte dum plano deliberadamente concebido para apoiar os grupos terroristas e disseminar o temor entre aqueles que se lhes opõem, foi exposta abertamente no passado dia 10 de Julho pelo próprio Chefe do FBI responsável dessa operação. Naquela ocasião o senhor Héctor Pesquera anunciou que "haverá mais detidos vinculados a esse caso", garantiu estar "constantemente a par de muitos que estão aquí" e prometeu que "os perseguiria energicamente". Poucos dias depois, como um eco, a mesma bravata seria repetida pela porta-voz da Fundação anexionista. Faz falta algo mais para compreender que se trata exclusivamente dum processo político e que seu objetivo é perseguir a todos os que lá rejeitam as práticas criminosas da máfia terrorista?Mas, não são apenas estridentes bravatas. Em 13 de Julho, o próprio Presidente dos Estados Unidos emitiu uma insolente declaração na que, além de proclamar novas ações para reforçar o bloqueio e a agressão contra Cuba, anunciou medidas específicas e ameaças concretas contra cidadãos norte-americanos e residentes de origem cubana. O ocupante da Casa Branca explicou que deu instruções para reforçar e ampliar os mecanismos de aplicação do bloqueio particularmente para impedir as viagens não autorizados a Cuba e controlar estritamente as visitas permitidas e as remessas familiares, bem como para aumentar o financiamento e o apoio material aos grupelhos contra-revolucionários que operam contra Cuba.As declarações do senhor Bush não são simples retórica. Centenas de norte-americanos já receberam notificações oficiais de pré-processamento e a vários deles lhes foram impostas multas administrativas de milhares de dólares. Os viajantes, no aeroporto de Miami, recebem por escrito claras advertências das severas sanções –até 10 anos de prisão e 250 mil dólares de multa- a aqueles que não aceitarem as rígidas normas do bloqueio que o atual Presidente propõe impor custe o que custar.Aumenta constantemente o número de norte-americanos e cubano-americanos que são ameaçados com possíves ações penais, exige-se responder meticulosos questionários que lembram os piores dias do macarthismo.Para garantir a execução da sua política anti-cubana, o Chefe da atual Administração nomeu, em posições chaves, várias pessoas de reconhecida trajetória na guerra contra Cuba.A pessoa nomeada para desenvolver o mais alto cargo para América Latina do Departamento de Estado provocou natural alarma, tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos.Mas, existem outras nomeações que avançaram de maneira silenciosa, quase inadvertida. Uma delas é a de Mauricio Tamargo como presidente da Comissão Federal de Reclamações, outra é a de Adolfo Franco, quem, anuncia-se, ocuparia a responsabilidade principal para América Latina dentro da chamada Agencia Internacional para o Desenvolvimento (AID). Ambos são empregados pagos pelos piores inimigos de Cuba no Congresso de Washington.A escolha do senhor Tamargo é uma prova evidente do compromisso do atual Governo com os objetivos da Lei Helms-Burton, cuja essência, como é conhecido, é a ilusória pretensão de devolver suas propriedades aos batistianos e antigos exploradores, despojando os cubanos das suas terras, suas habitações, escolas, fábricas, hospitais, tudo o que hoje pertence ao povo. Escolher a um de seus representantes à frente da entidade federal que com poderes onímodos dentro da estrutura norte-americana se encarrega das reclamações de propriedade equivale a colocar o assunto totalmente nas mãos dessa máfia.A nomeação do senhor Franco responde ao declado propôsito de intensificar a subversão contra Cuba, aumentando os fundos que destinam à fabricação, financiamento e direção dos grupelhos de traidores ao serviço dos Estados Unidos, uma parte dos quais distribui a AID. Para tal durante mais de 42 anos Washington tem dedicado mais recursos que os empregues na suposta ajuda para o desenvolvimento de nosso continente. Colocar nessa posição a um representante da máfia anexionista é uma óbvia expressão da política anti-cubana e também uma clara mensagem para os que em América Latina ainda se enganam com a quimêrica ajuda do Império.O curso cada vez mais hostil e agressivo contra Cuba que segue a atual Administração do senhor Busch, imperdoável crime contra nosso povo consubstancial a uma política irresponsável e aventureira que coloca em perigo a paz e a vida a escala internacional, também afetam gravemente os direitos do povo americano, incluídos os da emigração cubana e seus descendentes e os de seus cidadãos residentes na Flórida. Eles aspiram a viver livres da corrupção, da ilegalidade e da violência de marginais que contam com a cumplicidade e a tolerância oficial e se beneficiam de recurços orçamentários que só deveriam ser empregues para o bem-estar e o desenvolvimento das famílias norte-americanas.Há que pôr fim ao contubérnio oficial com os terroristas e deter a campanha macarthista, a perseguição e as ameaças contra os cidadãos norte-americanos que se opõem ao bloqueio e os emigrados e residentes na Flórida que sofrem os desmandos do terrorismo. Como primeiro passo indispensável é indispensável, logo, exigir a liberdade de nossos cinco compariotas inocentes encarcerados hoje numa prisão de Miami.René René González Sehwerert, Ramón Labañino Salazar, Fernando González Llort, Antonio Guerrero Rodríguez e Gerardo Hernández Nordelo, prisioneiros políticos do Império, partiotas exemplares, heróis abnegados e admiráveis que a ninguém fizeram dano algum e têm sacrifado suas vidas por salvar a de seu povo, devem ser libertados.Cuba é uma nação livre, independente e soberana que tem o direito inalienável a viver em paz e a ser respeitada exatamente igual que o resto das nações. Cuba tem o direito, a obrigação e a necessidade de se defender e o continuará fazendo-o.Os povos de Cuba e dos Estados Unidos podem e devem viver em paz. A luta pela verdade e a injustiça permitirá conseguí-lo.

Assembléia Nacional do Poder Popular

Ciudade de Havana, 3 de Agosto de 2001"Ano da Revolução vitoriosa no novo milênio"

 

 

 

RESUMO DAS PRINCIPAIS AÇÕES TERRORISTAS CONTRA CUBA

(1990 - 2000)

Desde 1959, os grupos contra-revolucionários criados e dirigidos pela Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana, realizaram numerosos atos terroristas que deram cabo de valiosas vidas e custaram quantiosos recursos a nosso país.

A começos da década de 90, incentivadas pelo derrubamento do campo socialista, esses grupos, desde território dos Estados Unidos da América e doutras bases de operações na América Central, intensificaram ações violentas contra o povo de Cuba e seus dirigentes.

A seguir são relacionadas algumas das mais importantes e sobre as que existe informação pública:

17 de Julho de 1990. Após diligências feitas pelos legisladores republicanos da Flórida, Ileana Ross e Connie Mack, o presidente dos Estados Unidos, George Bush, libertou o conotado terrorista Orlando Bosch, autor principal do atentado que destruiu um avião civil cubano em pleno vôo, em Outubro de 1976, onde morreram seus 73 passageiros.

14 de Outubro de 1990. Infiltração armada por Santa Cruz del Norte, organizada desde Miami e integrada por dois terroristas que tinham ordens de realizar ações violentas. Ocuparam-se-lhes armas e documentos falsos facilitados em Miami. Traziam proclamas, convidando a integrar o denominado "Exército Libertador Cubano", chefiado por Higinio Díaz Anne, que antes da partida lhes entregou dinheiro e propaganda.

15 de Maio de 1991. José Basulto, ex-mercenário de Playa Girón, conotado terrorista e agente da CIA, começa as operações dos chamados "Irmãos ao Resgate", e para tal solicita ao presidente dos Estados Unidos, George Bush,
3 aviões, propriedade da Força Aérea dos Estados Unidos, tipo 0-2, versão militar do Cessna, que tinham sido utilizados durante a guerra em El Salvador. A congressista Ileana Ross fez uma campanha pública e negocia a entrega desses
3 aviões. No dia 19 de Julho de 1992 aparecem pela primeira vez, na imprensa, fotos dos aviões entregados a esse grupo contra-revolucionário com as siglas USAF (Força Aérea dos Estados Unidos), claramente visíveis numa reportagem do editor do jornal Miami Herald, que realizou um vôo com eles.

17 de Setembro de 1991. Infiltração de dois contra-revolucionários desde Miami, que tinham por objetivo a realização de sabotagens em lojas de turismo para criar o terror entre turistas estrangeiros. Foram-lhes ocupadas armas e um transmissor de rádio.

29 de Dezembro de 1991. Infiltração de três elementos terroristas dos denominados Comandos L, procedentes de Miami, aos quais lhes foram ocupadas armas e outros meios de guerra.

Estes infiltrados tinham sido treinados em um campo localizado na rua 168, em Miami, onde também eram treinados outros 50 ou 60 homens.

8 de Maio de 1992. Cuba denuncia nas Nações Unidas as atividades terroristas promovidas contra seu território, e a pedido dela é circulado como documento oficial do Conselho de Segurança, uma decisão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, datada a 23 de Junho de 1989, declarando a Orlando Bosch como sendo inaceitável no território norte-americano, por possuir numerosas provas em relação a suas atividades terroristas passadas e recentes, incluída a sabotagem ao avião civil cubano em 1976.

Na atualidade, este indivíduo passeia livremente pelas ruas de Miami, depois que o presidente George Bush lhe outorgou um perdão presidencial.

4 de Julho de 1992. Um grupo de terroristas procedentes dos Estados Unidos, tenta atacar alvos econômicos situados nas costas de Havana. Ao serem detetados por patrulhas cubanas se deslocam para águas próximas de Varadero, onde a embarcação sofre avarias mecânicas e é resgatada por guarda-costas norte-americanos.

A pesar de terem sido apreendidos armamentos, mapas e fitas de vídeo filmadas durante a viagem, foram postos em liberdade pelo FBI.

Julho de 1992. Fracassa uma operação para infiltrar um terrorista, procedente dos Estados Unidos, que pretendia realizar uma sabotagem em um objetivo econômico na Província de Villa Clara.

Para esse plano, contava com as armas e explosivos requeridos, bem como com a colaboração de "Irmãos ao Resgate", que lhe informou a respeito da localização dos guarda-costeira norte-americanos, para facilitar sua deslocação rumo ao território cubano.

9 de Setembro de 1992. É apreendido pelo FBI um terrorista de origem cubana, por posse ilegal de armas de fogo e violação da Lei de Neutralidade. Foi posto em liberdade sem cargos.

7 de Outubro de 1992. Ataque armado contra o Hotel Meliá Varadero desde uma embarcação tripulada por quatro elementos terroristas de Miami, os quais foram presos e interrogados pelo FBI e postos em liberdade.

19 de Outubro de 1992. Infiltração de três elementos contra-revolucionários procedentes dos Estados Unidos aos quais lhes foram ocupadas armas e abundantes petrechos militares. Paralelamente eram detidos outros três terroristas em território de Bahamas, aos que também lhes foram ocupadas armas e explosivos aparentemente destinados a Cuba. Estes contra-revolucionários tinham saído desde Miami no dia 17 de Outubro.

Janeiro de 1993. São detidos cinco terroristas a bordo de uma embarcação artilhada com metralhadoras pesadas e outras armas pelo serviço de guarda-costeira norte-americano, quando se dirigiam rumo às costas cubanas. Foram postos em liberdade.

7 de Janeiro de 1993. Tony Bryant, líder do grupo terrorista "Comandos L", em conferência de imprensa em Miami, anunciou planos para realizar mais ataques contra alvos em Cuba, nomeadamente hotéis. Declarou que "a partir desse momento estavam em guerra contra Cuba" e advertiu aos turistas estrangeiros para "manter-se afastados de Cuba".

2 de Abril de 1993. Foi atacado com metralhadoras o navio-cisterna com bandeira de Chipre "Mikonos", a 7 milhas ao norte de Matanzas, desde uma embarcação tripulada por terroristas de origem cubana procedentes dos Estados Unidos.

18 de Maio de 1993. É violado o espaço aéreo cubano por uma aeronave com matrícula N8447, de "Irmãos ao Resgate".

21 de Maio de 1993. Apreendidos pelo serviço de Alfândegas dos Estados Unidos da América nove terroristas a bordo de uma embarcação quando se preparavam para viajar a Cuba para atacá-la. Foram ocupadas armas e explosivos. No dia 21 de Agosto, o Juiz Lawrence King desestimou os cargos contra eles.

Maio de 1993. "Irmãos ao Resgate" planeja dinamitar uma torre de alta tensão na zona de San Nicolás de Bari, em Provincia Havana.

Outubro de 1993. "Irmãos ao Resgate" instigou publicamente para atentar contra o presidente Fidel Castro e praticar a violência contra Cuba, assim como ratificou sua disposição de assumir os "risgos que disso se derivam".

Andrés Nazario Sargén, chefe do grupo terrorista Alpha 66, declara nos Estados Unidos que sua organização tinha feito cinco ações recentes contra Cuba.

18 de Outubro de 1993. Detido, à sua chegada a Cuba, um elemento terrorista residente nos Estados Unidos que tinha orientações de realizar ações violentas dentro do país.

7 de Novembro de 1993. Humberto Pérez, porta-voz de Alpha 66 desde Miami, em conferência de imprensa, afirma que sua guerra contra Cuba seria logo extendida a qualquer turista de visita na ilha: "aqueles que se alojam em hotéis cubanos são considerados inimigos", afirmou.

Ano 1993. Recrutado por uma organização terrorista nos Estados Unidos um cidadão cubano de visita nesse país, no intuito de que realizasse ações de sabotagem dentro de Cuba, no setor turístico e agropecuário.

Para esta ação lhe forneceram parte dos meios requeridos, assim como lhe ofereceram um montante de 20 mil dólares.

11 de Março de 1994. Grupo terrorista procedente de Miami realiza disparos contra o Hotel "Guitart Cayo Coco".

17 de Abril de 1994. Aviões de "Irmãos ao Resgate" sobrevoam a muito baixa altura a Cidade de Havana e lançam bombas de fumaça. Nos meses subseguintes do ano 1994 se produzem pelo menos sete violações por parte do mesmo grupo.

4 de Setembro de 1994. Infiltraçõo de dois elementos terroristas procedentes dos Estados Unidos pela zona de Caibarién, Villa Clara, cujos objetivos eram executar sabotagens nesta província. Ocuparam-se-lhes armas e parque abundante.

6 de Outubro de 1994. Outro grupo armado, numa embarcação procedente da Flórida, realiza disparos de armas automáticas contra o Hotel "Guitart Cayo Coco".

15 de Outubro de 1994. Um grupo de terroristas armados procedentes dos Estados Unidos, desembarca pela estrada sobre pedras "Cayo Santa María", Caibarién, Villa Clara, e assassinam ao companheiro Arcelio Rodríguez García.

Outubro de 1994. "Irmãos ao Resgate", num dos seus aviões, treina a membros de uma organização contra-revolucionária da Flórida, com o propósito de realizar uma sabotagem contra a refinaria de petróleo de Cienfuegos.

Em Novembro desse ano eles planejavam também atentar contra a vida do presidente Fidel Castro e outros dirigentes da Revolução, e introduzir armas e explosivos no território nacional.

Novembro de 1994. O terrorista Luis Posada Carriles e cinco dos seus cúmplices, introduzem armas em Cartagena, Colômbia, durante a realização da IV Cimeira Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo para atentar contra a vida do presidente Fidel Castro, mas o cordão de segurança o mantém a uma distância que evita que o fato seja consumado. Posada Carriles declararia depois ao New York Times: "Estive parado por trás de alguns jornalistas e vi o amigo de Castro, García Márquez, porém a Castro apenas consegui vê-lo ao longe".

11 de Novembro de 1994. São apreendidos quatro elementos terroristas em Varadero, Matanzas, após uma infiltração. Ocuparam-se-lhes armas e munições.

2 de Março de 1995. Infiltração pelas costas de Puerto Padre, Las Tunas, de dois terroristas procedentes dos Estados Unidos, que introduzem no país 51 libras (23.18 Kg) de explosivos C-4 e outros meios.

4 de Abril de 1995. Uma avionete C-337 viola o espaço aéreo cubano ao norte da Cidade de Havana, entre os povoados de Santa Fé e a Praia de Guanabo.

20 de Maio de 1995. É atacado mais uma vez o Hotel "Guitart Cayo Coco" por terroristas que tripulavam uma lancha rápida procedente dos Estados Unidos.

12 de Julho de 1995. Detidos nos Estados Unidos três elementos terroristas quando se dispunham a infiltrar-se em Cuba aproveitando a realização de uma atividade provocativa próxima das costas cubanas. A pesar de que se lhes ocupou armas e explosivos, foram libertos pelas autoridades norte-americanas.

13 de Julho de 1995. Organizados por "Irmãos ao Resgate", onze embarcações, seis avionetes e dois helicópteros procedentes dos Estados Unidos, penetraram em águas territoriais e no espaço aéreo cubano. Uma das avionetes sobrevoou o centro da Cidade de Havana, e deitou materiais de propaganda.

16 de Dezembro de 1995. São detidos nos Estados Unidos dois terroristas que tinham o propósito de infiltrar-se por Pinar del Río, para a realização de ações subversivas. Apesar de que lhes foram ocupadas armas e explosivos, foram postos em liberdade pelas autoridades norte-americanas.

9 de Janeiro de 1996. Duas avionetes procedentes de Opa-Locka, na Flórida, violam o espaço aéreo cubano.

12 de Janeiro de 1996. Detido um emigrado cubano residente no Estados Unidos quando se dispunha a deslocar explosivos desde Cidade de Havana para Pinar del Río.

13 de Janeiro de 1996. Aviões de "Irmãos ao Resgate" violam o espaço aéreo sobre a Cidade de Havana. O terrorista Basulto declararia posteriormente: "Eles dizem que eu estive voando sobre o território cubano, uma coisa que toda a gente sabe e que nunca neguei".

23 de Janeiro de 1996. Autoridades dos Estados Unidos interceptam em Cayo Maratón, uma embarcação com cinco terroristas armados, quando se dirigiam a Cuba. Foram postos em liberdade nesse mesmo dia pelo FBI.

11 de Fevereiro de 1996. Capturada por tropas guarda-fronteiras uma embarcação, com três terroristas, procedente dos Estados Unidos, depois de realizar disparos contra nossas costas.

24 de Fevereiro de 1996. Acontece uma nova incursão de "Irmãos ao Resgate". Três avionetes violam o espaço aéreo cubano muito próximo do centro urbano da Cidade de Havana e duas delas são derrubadas. Nos 20 meses anteriores ao incidente, tinham-se produzido, pelo menos, outras 25 violações do espaço aéreo cubano.

26 de Junho de 1996. Na Sesão do Conselho da OACI (Organização da Aviação Civil) o Presidente de sua Comissão Investigadora, reconhece que no aeroporto de Opa-Locka, pelo menos um dos aviões de ""Irmãos ao Resgate", ainda mantém as insígnias da Força Aérea dos Estados Unidos: "o F está um bocado pálido, parece que está começando a se apagar, mas ainda pode ver-se".

21 de Agosto de 1996. É detido em Cuba, um cidadão de nacionalidade norte-americana, que tinha introduzido de forma clandestina meios militares, e planejava a realização de ações terroristas em território cubano.

16 de Setembro de 1996. É apreendido um infiltrado por Punta Alegre, Ciego de Ávila a bordo de uma embarcação com armamento e parque abundante.

21 de Outubro de 1996. Uma avionete do tipo SS-RR, matrícula N3093M, propriedade do Departamento de Estado dos Estados Unidos, rega uma substância com uma praga Thrip Palmi Karny, ao sobrevoar o Corredor Internacional "Girón", a 25-30 quilômetros a sul de Varadero.

Novembro de 1996. O canal 23 da televisão de Miami, entrevistou ao vivo a Luis Posada Carriles e Orlando Bosch. Ali eles enfatizaram sua intenção de continuar as atividades terroristas contra Cuba.

12 de Abril de 1997. Acontece a explosão de um engenho explosivo no Hotel "Meliá Cohíba", na Cidade de Havana.

30 de Abril de 1997. É achado um engenho explosivo no Hotel "Meliá Cohíba".

12 de Julho de 1997. Explosão de engenho nos Hotéis "Capri" e "Nacional".

4 de Agosto de 1997. Explosão de outro engenho no Hotel "Meliá Cohíba".

11 de Agosto de 1997. A imprensa de Miami publica uma declaração da Fundação Nacional Cubano Americana (FNCA) apoiando incondicionalmente as ações terroristas com explosivos contra alvos civis e turísticos em Cuba. O presidente dessa organização declara: "não consideramos de terroristas essas ações", e acrescentou que qualquer ação contra Cuba era legítima.

22 de Agosto de 1997. Explosão de engenho no Hotel "Sol Palmeras" de Varadero.

4 de Setembro de 1997. Detonação de engenhos nos Hotéis "Tritón", "Chateau Miramar" e "Copacabana". Neste último lugar, como conseqüência da explosão, foi morto o jovem turista italiano Fabio Di Celmo. Nesse mesmo dia estourou outra bomba no restaurante "La Bodeguita del Medio".

10 de Setembro de 1997. O Governo de Cuba anunciou a detenção do cidadão salvadorenho Raúl Cruz León, responsável de ter colocado 6 das bombas que estouraram em vários hotéis da capital, incluída a que matou o turista italiano Fabio Di Celmo. Cruz León admitiu que lhe tinham pago 4 500 dólares por cada bomba.

19 de Outubro de 1997. Detetado um engenho explosivo num minibus de turismo.

27 de Outubro de 1997. A Guarda Costeira dos Estados Unidos captura uma embarcação a oeste de Porto Rico e ocupam 2 fuzis de alta precisão, calibre 50 e seus tripés; equipamentos de visão nocturna, fardamentos militares e equipamentos de comunicação. As sofisticadas armas, estrictamente militares, são fabricadas para impactos de longo alcance em ataques a veículos e aviões. Um dos ocupantes da lancha afirmou que seu propósito era assassinar o presidente Fidel Castro quando chegasse à Ilha Margarita na Venezuela, para assistir à Cimeira Ibero-americana em 7 de Novembro de 1997.

As autoridades norte-americanas determinaram que a lancha estava registrada por uma companhia da Flórida, cujo presidente, diretor, secretário e tesoureiro é José António Llama, diretivo da FNCA e mercenário participante na invasão de Playa Girón. Um dos fuzis estava registrado a nome de José Francisco "Pepe" Hernández, presidente da FNCA. O outro foi adquirido também em 1994 por um membro da Brigada 2506.

Os quatro tripulantes da lancha foram identificados como: um conotado agente da CIA; o capitão de um navio da CIA utilizado por equipas de infiltração da Flórida a Cuba; o presidente de um grupo contra-revolucionário de New Jersey e um membro de Alpha 66.

A pesar das próprias confissões e provas evidentes de posse ilegal de armas, falsos testemunhos e contrabandos de armas, após um fraudulento processo judiciário, esses terroristas foram declarados inocentes por uma Corte Federal em Dezembro de 1999.

30 de Outubro de 1997. Foi achado um engenho explosivo num quiosque de serviço no exterior do terminal aéreo No. 2 do Aeroporto "José Martí" de Cidade de Havana. Pelas atividades criminosas cometidas contra instalações turísticas, seriam apreendidos dois cidadãos de origem salvadorenha e outros três guatemaltecos ligados ao terrorista Luis Posada Carriles.

16 de Novembro de 1997. Um jornal da Flórida, depois de realizar uma pesquisa de dois meses, informa que a série de bombas que estouraram em Havana foram dirigidas e financiadas por grupos anti-cubanos de Miami, e que o centro da operação era Luis Posada Carriles, prófugo da justiça pela explosão do avião cubano em 1976.

Maio de 1998. Infiltração de dois elementos terroristas por Santa Lucía, Pinar del Río, que chegaram procedentes dos Estados Unidos com abundantes armas e petrechos militares.

16 de Junho de 1998. Depois de vários intercâmbios nos quais o Governo cubano deu informação ao FBI e a outras agências do governo dos Estados Unidos sobre atividades terroristas nesse país contra Cuba, viajou à Havana uma delegação oficial que incluia dois importantes chefes do FBI, aos quais lhes foram entregues dados precisos, incluídas filmagens, gravações e outras provas materiais sobre as atividades de 40 terroristas que operam desde território norte-americano.

12 de Julho de 1998. No artigo do New York Times desse dia, aparecem depoimentos do cubano-americano Antonio Jorge Álvarez, de que o FBI não tinha investigado as denúncias que ele fez relativas ao atentado que contra o presidente Fidel Castro era preparado para a Cimeira Ibero-americana da Venezuela. Álvarez informou que no ano anterior tinha facilitado informação a respeito de que Posada Carriles e um grupo que trabalhava em sua fábrica na Guatemala, preparavam esse atentado e as explosões de bombas em Havana: "arrisquei meu negócio e minha vida e eles não fizeram nada".

12 e 13 de Julho de 1998. Na entrevista concedida ao jornal "The New York Times", Luis Posada Carriles admitiu ter organizado a campanha atentados bombistas contra estabelecimentos turísticos em Cuba e reconheceu que os líderes da FNCA tinham financiado suas operações e que Jorge Mas Canosa, seu presidente, supervisionava pessoalmente o fluxo de dinheiro e o apoio logístico aos mesmos: "Jorge Mas Canosa controlava tudo, sempre que precisava dinheiro, ele dizia que me dessem 5 mil, 10 mil e até 15 mil e mos enviava". Posada também admitiu ter-lhe pagado a Raúl Cruz León por colocar bombas nos hotéis de Havana. Fazendo referência ao turista italiano assassinado por uma delas, disse ao Times "... estava sentado no lugar errado, no momento errado".

Para a realização destas reportagens o Times empregou expedientes da CIA e do FBI, os testemunhos de mais de 100 pessoas e mais de 13 horas gravadas de entrevistas com Posada e inclusive documentos dele assinados por ele próprio.

23 de Julho de 1998. Publica-se na imprensa de Miami, um trabalho chamado "Planos anti-castristas poucas vezes levam ao cárcere nos EEUU". O artigo faz referência de vários casos, tais como a absolução em 1990 de 6 terroristas que levaram um canhão e outras armas para Nicarágua para atentar contra a vida do Presidente cubano e as de Rodolfo Frómeta e Fausto Marimón em 1994, com cargos de planejar o uso para atividades terroristas de mísseis anti-aéreos Stinger e outras armas. Para além disso depoimentos do conhecido terrorista Tony Bryant quem apontou que em 1989 o FBI o deteve com um cargamento de armas e exposivos num barco, e o deixou ir embora. Acrescentou que foi interceptado em duas de suas 14 missões contra Cuba, mas nunca lhe fizeram nada.

2 de Agosto. Posada Carriles numa entrevista para o programa Pólos Opostos da Cadeia de TV CBS Telenotícias, declara ter intenções de fazer mais atentados contra estabelecimentos cubanos dentro ou fora da ilha.

Agosto de 1998. Antes de ser anunciada a viagem do Presidente Fidel Castro à República Dominicana para a Cimeira do CARIFORUM de Chefes de Estado e de Governo, elementos terroristas de origem cubana planejaram realizar um atentado entre 20 e 25 de Agosto. Para tal, o terrorista Posada Carriles organizou uma reunião no Hotel Holiday Inn na cidade de Guatemala, um mês antes da cita, para planejar a introdução de armas e explossivos a São Domingos.

12 de Setembro de 1998. São apreendidos em Miami os 5 compatriotas cubanos que cumpriam o dever de defender a cubanos e norte-americanos das ações terroristas que com impunidade total são organizadas, preparadas e lançadas contra Cuba desde o território dos Estados Unidos.

17 de Novembro de 2000. Apreendido pelas autoridades panamenhas grupo de elementos terroristas chefiados por Posada Carriles, quem com documentos falsos tinham entrado em Panamá para realizar um atentado contra o Presidente Fidel Castro durante a celebração da X Cimeira Ibero-americana de Chefes de Estado de Governo. Ocuparam-lhes armas, explossivos e esboço do percorrido e das reuniões públicas do Presidente cubano. A Fundação Cubano-americana financia a equipe de advogados encarregados da defesa dos terroristas.

26 de Abril de 2001. Três terroristas membros dos Grupos Comandos F-45 e Alpha 66, tentam desembarcar no norte da província de Villa Clara e depois de disparar contra tropas guarda-fronteiras cubanas que os detetam, foram apreendidos. Foram-lhes ocupados 4 fuzis AKM, um fuzil M-3 com silenciador, 3 pistolas, parque abundante, miras noturnas e meios de comunicación que seriam utilizados para a realização de ações de sabotagens e terrorismo dentro de Cuba.

Nossas autoridades souberam, para além das ações relatadas, de 16 planos de atentado contra o Presidente de Cuba, 8 planos para atentar contra outros dirigentes da Revolução, e doutros 140 planos terroristas, entre os anos 1990 e 2001, os que foram frustrados, desestimulados ou obstaculizados pelo trabalho dos órgãos da Segurança e Inteligência cubanos.